SÃO PAULO – A taxa de crescimento econômico chinesa, projetada em 6%, não será a maior do mundo em 2020. Vizinha do Brasil, a Guiana deve vivenciar um avanço 14 vezes maior, de 86% no seu Produto Interno Bruto (PIB) este ano, de acordo com estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI).
E o crescimento deve se estender ainda mais ao longo dos anos: para o FMI, o PIB guianense, deve sair de US$ 4 bilhões para US$ 15 bilhões até 2024.
O país tem 780 mil habitantes, de modo que a renda per capita da população deve disparar com o aumento na riqueza produzida. O embaixador americano na Guiana, Perry Holloway, disse recentemente que o país pode se tornar o mais rico do mundo, superando Luxemburgo como a maior “renda por cabeça”.
A razão para essa prosperidade repentina é o petróleo. A ExxonMobil, maior operadora da commodity da Guiana, descobriu uma reserva de mais de 5,5 bilhões de barris no Oceano Atlântico na costa do país.
Em entrevista à CNBC, a analista Natalia Davies Hidalgo, afirma que as projeções otimistas são sustentadas pelo fato de que a Guiana possui a maior quantidade de petróleo por pessoa do mundo. São 3.900 barris, contra 1.900 da Arábia Saudita.
Apesar disso, analistas já começam a se preocupar com a chamada “doença holandesa”, expressão utilizada pelos economistas quando um país se descobre rico em algum recurso natural, o exporta em abundância e acaba matando a indústria internamente.
Isso ocorre porque o crescimento na economia valoriza a moeda do país, o que prejudica a atratividade de todos os outros produtos. Em muitos casos, a corrupção e uma proteção excessiva ao petróleo também ajudam a transformar as descobertas de reservas em uma maldição.
Hoje, a Guiana não produz petróleo, apesar de fazer fronteira com a Venezuela, que é dona das maiores reservas do mundo do combustível. Também vale lembrar que o governo do país é interino e que as eleições presidenciais ocorrerão em março.
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